quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Segunda Guerra Mundial


A Segunda Guerra reavivou as disputas imperialistas do início do século XX.

Considerada uma verdadeira guerra mundial, a Segunda Guerra foi conseqüência de um conjunto de continuidades e questões mal resolvidas pelos tratados de paz estabelecidos após a Primeira Guerra Mundial. Os confrontos foram divididos entre duas grandes coalizões militares: os Aliados, liderados por Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética; e o Eixo, composto pela Itália, Alemanha e Japão. Em conseqüência de suas maiores dimensões, os conflitos foram desenvolvidos na Europa, Norte da África e países do Oceano Pacífico.

No período entre 1918 e 1939, a economia mundial sofreu um grande abalo gerado pela crise de 1929. Na época, a economia dos EUA financiava e fornecia produtos às principias nações européias atingidas pelos conflitos da Primeira Guerra Mundial. Além disso, a miséria de algumas nações, como no caso da Itália e da Alemanha, propiciou a ascensão de grupos políticos nacionalistas de extrema direita. Ao mesmo tempo, as disputas imperialistas ainda dominavam a concorrência da economia mundial.

A Liga das Nações, órgão instituído para manter a paz entre as nações, não conseguiu cumprir o seu papel, e esfacelou mediante a corrida militarista preparada pelas nações inconformadas pela hegemonia política e militar exercida pelos vencedores da Primeira Guerra Mundial. Sem possuir uma única razão, essa guerra foi conseqüência do exacerbado desenvolvimento industrial das nações européias. De certa forma, levando em consideração suas especificidades, a Segunda Guerra parecia uma continuidade dos problemas da Primeira Guerra.

O Imperio napoleonico


Império estabelecido por Napoleão Bonaparte na França, entre 1804 e 1815. Resultado da Revolução Francesa, dissemina os ideais da burguesia em ascensão pela Europa. Com política expansionista, o Império estende-se por todo o continente em seu apogeu, por volta de 1810. Chega ao fim com a derrota francesa na Batalha de Waterloo.
Antecedentes – Líder militar de sucesso, Napoleão ganha prestígio e apoio popular nas guerras da França contra a Itália e a Áustria (1796-1797) e contra o Egito (1798). Por isso é escolhido pela burguesia francesa para solucionar a grave crise que se havia instalado no governo revolucionário. Em 1799, Napoleão dá um golpe de Estado, conhecido como Golpe do 18 Brumário (data que corresponde ao calendário estabelecido pela Revolução Francesa e equivale a 9 de novembro do calendário gregoriano). A Constituição republicana é suprimida e substituída por outra, autoritária, concentrando todo o poder nas mãos do primeiro-cônsul, cargo que ele passa a ocupar. Nesse período, chamado de Consulado (1799-1804), Napoleão realiza obras de pacificação e de organização dos territórios franceses. Participa da redação do Código Civil, que confirma a vitória da revolução burguesa e influencia a legislação de todos os países europeus no século XIX. Institui os princípios de igualdade, de propriedade das terras, das heranças, a tolerância religiosa e o divórcio. No exterior assina tratados de paz com a Áustria (1801) e com a Inglaterra (1802).
O Império Napoleônico nasce de forma oficial em 1804, quando um plebiscito referenda o primeiro-cônsul como imperador da França. Napoleão é sagrado pelo papa Pio VII na Catedral de Notre Dame, em dezembro do mesmo ano. Coroado sob o nome de Napoleão I, preocupa-se em consolidar seu poder, modernizar a França e retomar a tradição do despotismo esclarecido.
A convivência com as potências européias torna-se insustentável por causa da política de guerra permanente do Império, que leva à formação de coalizões contra os franceses. Napoleão I tenta invadir a Inglaterra, mas é derrotado. Volta-se, então, para a Europa Central. Vence a Áustria na Batalha de Austerlitz. Por meio de guerras e acordos, domina a Itália, a Holanda (Países Baixos) e boa parte da Alemanha. Após invadir a Prússia oriental e a Polônia (1806), Napoleão obriga a Rússia a aliar-se à França contra os ingleses e estabelece um bloqueio continental que impede o comércio de mercadorias inglesas na Europa.
O expansionismo gera novas dificuldades. Em 1809, o Exército imperial enfrenta rebeliões militares na Espanha e assiste à formação de uma nova coalizão contra o Império. No mesmo ano, Napoleão derrota novamente a Áustria e assina a Paz de Viena. A aproximação dos dois Estados é reforçada pelo casamento do imperador com a arquiduquesa Maria Luísa da Áustria. Em 1810, o Império Napoleônico atinge o máximo de seu poder, com a anexação da Holanda e do litoral alemão. Nessa época, o Império tem 71 milhões de habitantes, dos quais apenas 27 milhões são franceses.

A Revoluçao americana


Na passagem do século XVIII para o século XIX, com o declínio do Antigo Regime, o liberalismo político e econômico forneceu a base ideológica para a superação definitiva dos entraves que barravam o progresso capitalista. A era das revoluções, iniciada com aA revolta dos colonos ingleses da América do Norte contra a respectiva metrópole foi o resultado de um processo de progressivo amadurecimento, ao, longo do século XVIII, das condições que iriam determinar, no último quartel desse século, a luta em prol de sua independência.

Como colônias de povoamento, os estabelecimentos ingleses da América do Norte já diferiam, por sua natureza mesma, do restante das colônias européias na América, uma vez que se criou ali, desde cedo, uma classe de pequenos e médios proprietários agrícolas cuja lavoura de subsistência, vinculada quando muito aos mercados urbanos mais próximos, nada possuía em comum com o domínio metropolitano, em termos de dependência econômica.
O desenvolvimento de alguns centros do comércio marítimo, inclusive de construção naval, aliados às relações intensas estabelecidas com as Antilhas e a África, favoreceram uma burguesia mercantil e até mesmo um núcleo de burguesia industrial, a principio tolerados pela metrópole, possibilitando-lhe rápidos progressos, à sombra mesmo do Atos de Navegação.
Quando no século XVIII, por razões conjunturais, a Inglaterra resolveu apertar as rédeas e aplicar de fato os princípios mercantilistas às suas colônias norte-americanas, defrontou-se com a oposição de quase todas as camadas sociais ali existentes, direta ou indiretamente prejudicadas por aquelas mediadas, excetuando-se os grandes proprietários do sul, ligados à agricultura de plantation, essencialmente exportadora.
Na verdade, portanto, salvo raras exceções, a revolta foi efetuada pelas camadas sociais já dominantes nas colônias, não havendo ali a substituição em larga escala de uma classe por outra. Pequenos proprietários agrícolas e setores burgueses apenas desvencilharam-se da autoridade inglesa e das famílias ou pessoas a elas ligadas por tradição ou interesse político. Simultaneamente , porém, aqueles setores coloniais dominantes procuraram assegurar a sua própria retaguarda , bloqueando as reivindicações dos elementos mais pobres - principalmente no campo, os sem-terra; postergaram a solução do problema escravista , por se tratar de ponto verdadeiramente crucial para os grandes proprietários do sul, cuja adesão se pretendia assegurar.

Ideologicamente identificada com a burguesia européia dessa época, e talvez mais ainda com as idéias da Revolução Inglesa do século XVII, Revolução Americana conduziu à formação de uma República em que se procurou eliminar o excesso de autonomia dos Estados, antigas colônias, em beneficio da autoridade federal. Nada melhor do que os debates que presidiram à elaboração da Constituição Americana em seus aspectos econômicos, sociais, políticos e ideológicos. O seu caráter revolucionário talvez só possa ser entendido e aceito adotando-se uma perspectiva bem mais ampla que nos permita abranger também a "guerra civil americana", já na segunda metade do século XIX.

Guerra fria


A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo.

A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os Estados unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos.

O que foi a Guerra Fria?


A expressão "Guerra Fria" surgiu em 1947, quando o assessor presidencial americano Bernard Baruch usou o termo para se referir à intensa rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Diferentemente desse terrível conflito real, a disputa entre as duas grandes potências era travada mais no campo político. Como ambas evitavam se enfrentar com armas, a suposta guerra era fria, limitada, e não quente, total. Na década de 50, a tensão entre as duas superpotências levou a uma grande política de alianças.
Os Estados Unidos formaram com países europeus a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma força militar unificada para resistir à presença dos soviéticos na Europa. Estes, em resposta, criaram o Pacto de Varsóvia, que unia os países comunistas. Também nos anos 50 ocorreu a Guerra da Coréia (1950-1953), marco de uma tática comum nos tempos de Guerra Fria: o uso de aliados nos conflitos militares. Os soviéticos, apoiando a Coréia do Norte, opuseram-s à Coréia do Sul, que tinha o suporte americano. Servindo-se dessas espécies de "testa-de-ferro", as duas grandes máquinas de guerra do mundo fugiam de um confronto direto, que, diante do arsenal atômico de ambas, poderia até destruir o planeta.

O auge da Guerra Fria ocorreu em 1962, quando a União Soviética decidiu instalar secretamente em Cuba mísseis que poderiam atingir os Estados Unidos. "A chamada Crise dos Mísseis teve desfecho favorável a Fidel Castro (ditador cubano), pois os americanos deram aos soviéticos a garantia de que não invadiriam Cuba em troca da retirada dos mísseis", diz o historiador Clodoaldo Bueno, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Assis (SP). Mesmo após a solução da crise, a disputa entre os dois países prosseguiu. Só em meados dos anos 80 as tensões diminuíram.
Entre 1985 e 1991, Mikhail Gorbachev, líder soviético, iniciou a democratização de seu país, incentivando o mesmo nas nações aliadas dos soviéticos. Em 1991, com a desintegração da União Soviética em várias repúblicas, a Guerra Fria finalmente chegou ao fim.

Revolução de Outubro


A partir de fevereiro de 1917, os rumos tomados pelo novo contexto político russo tomariam outros destinos. O governo provisório não abriu portas para que os sovietes tivessem participação plena nas decisões políticas a serem tomadas. Mesmo sendo a grande força de transformação política do período, o novo governo tomou medidas alheias aos anseios presentes em tais unidades de participação política popular.

Além do insucesso nos projetos de recuperação da economia interna, o governo provisório de fevereiro optou pela manutenção das tropas russas na Primeira Guerra Mundial. Tais fatos contribuíram para que a tendência à postura política tomada por Lênin ganhasse força. De acordo com esse revolucionário, a Rússia só poderia engendrar eficazmente as transformações necessárias no momento em que os sovietes controlassem diretamente o governo.

Durante a Terceira Conferência de Comitês de Fábrica de Toda a Rússia, a maioria dos sovietes se mostrava completamente aliada a essa idéia de uma nova tomada do poder. No dia 25 de outubro de 1917, o soviete de Petrogrado promoveu uma insurreição organizada pelo seu Comitê Militar Revolucionário. O levante obteve sucesso e, dessa forma, Lênin passou a comandar o governo dos comissários do povo. A partir de então, o Partido Bolchevique passaria a controlar as cartas desse processo de transformação.

A ascensão desse novo governo abriu caminho para a ocorrência de movimentos de independência nos domínios da antiga Rússia czarista. Na Finlândia e na Ucrânia, movimentos de independência selaram o caso da subordinação às autoridades russas. Pouco interessado em se desgastar em mais lutas, as lideranças bolcheviques cederam à pressão das nações dissidentes e se voltaram à resolução dos problemas internos.

De imediato, o governo bolchevique lançou decretos que tratavam das questões referentes à paz, a distribuição de terras, os limites dos órgãos de comunicação e os direitos da população civil e militar. O poder de ação política dos sovietes foi notório e o Congresso Pan-Russo tratava de garantir o direito de participação popular por meio do Conselho Executivo e do Conselho dos Comissários do Povo.

No plano externo, o novo governo russo teve que aceitar as deploráveis condições do Tratado de Brest-Litovski para sair da Primeira Guerra Mundial. Os países aliados acabaram dominando um quarto da população e das terras férteis da Rússia. Além disso, uma guerra civil se iniciaria contra os bolcheviques. Tropas estrangeiras e setores burgueses e conservadores da Rússia apoiavam a oposição militar à ditadura de trabalhadores.

Com isso, teve início uma sangreta guerra civil entre os exércitos vermelho (revolucionários) e branco (anti-socialistas). Contrariando a situação de penúria dos exércitos vermelhos, a guerra civil foi vencida pelos partidários do novo governo bolchevique. A partir de então, o novo governo revolucionário teria condições mais amplas e favoráveis para, enfim, enfrentar batalhas muito mais duras nos campos social e econômico.

No ano de 1918, uma série de atos legislativos pretendiam tomar medidas em relação ao trabalho, salário e às consições de vida dos trabalhadores. O sistema judiciário foi reformulado com uma nova lógica de prescrições que, no máximo, atingiam a pena de cinco anos de detenção. Em cárcere, os detentos passavam a freqüentar escolas que recuperassem os criminosos.


De modo geral, a Revolução de Outubro abriu portas para o período de recuperação vislumbrado pela estrutura democrática garantida junto ao pragmatismo de Lênin. As novas ações de seu governo trariam a reoganizaçao de uma nova Rússia capaz de transformar sua realidade. No entanto, a morte de Lênin trouxe à tona uma nova questão definidora aos destinos dessa revolução

A Revoluçao Russa


A Rússia promoveu uma experiência revolucionária que marcou a trajetória do século XX. Já no século XIX, Karl Marx indicava que as desigualdades do sistema capitalista abririam portas para que as massas trabalhadoras viessem a tomar o poder. No entanto, a convocação dos trabalhadores em torno dos ideais de Marx parecia ser uma possibilidade remota em face ao desenvolvimento dos Estados liberais enriquecidos pelo favor dado às classes burguesas.

No entanto, a ocorrência da Primeira Guerra Mundial veio a trazer uma possibilidade revolucionária que estremeceu essa ordem cingida pela burguesia capitalista. No começo do século XX, a Rússia vivia um momento histórico onde as desigualdades sociais instaladas fizeram com que camponeses e operários se mobilizassem politicamente. Nos campos, os trabalhadores rurais viviam em condições lastimáveis legitimadas por um governo que preservava os privilégios feudais da classe aristocrática.

Nas cidades, a burguesia tinha um papel político limitado e não tinha apoio devido para a configuração de uma economia industrializada. O parque industrial desenvolvido na Rússia, em grande parte, era fruto da entrada de capitais de investimento estrangeiros interessados em ampliar mercados e reduzir custos de produção. A classe operária, proveniente do tímido processo de industrialização, não tinha força política suficiente para exigir direitos.
Os gastos com a Primeira Guerra agravaram a situação econômica do país, potencializando o clima de insatisfação e mudança. Os sovietes, grupos de organização dos trabalhadores, se transformaram em grandes centros de discussão política. A partir da organização dessas pequenas unidades, a revolução foi possível e instituiu um novo poder na Rússia. Depois de consolidada, as teorias socialistas tiveram que se defrontar com os desafios mais imediatos de uma situação histórica nunca antes vivenciada.

Segundo alguns pensadores, o que se viabilizou no interior da Rússia foi um Estado cada vez mais distanciado dos princípios pautados por Marx e Engels. O Estado ganhou cada vez mais força, impedindo o florescimento de uma sociedade comunista. Mesmo não podendo constatar uma resposta conclusiva para tal perspectiva, não podemos deixar de vislumbrar como esse fato histórico inspirou outros movimentos de caráter socialista e comunista ao redor do planeta

Fases da 1ª Guerra Mundial

Primeira Fase: (1914). Esse período caracterizou-se por movimentos rápidos envolvendo grandes exércitos. Certo de que venceria a guerra em pouco tempo, o exército alemão invadiu a Bélgica, e , depois de suplantá-la, penetrou no território francês até as proximidades de Paris. Os franceses contra-atacaram e, na Primeira Batalha do Marne, em setembro de 1914, conseguiram deter o avanço alemão.


Segunda Fase: (1915-1916) Na frente ocidental, essa fase foi marcada pela guerra de trincheiras: os exércitos defendiam suas posições utilizando-se de uma extensa rede de trincheiras que eles próprios cavavam. Enquanto isso, na frente oriental, o exército alemão impunha sucessivas derrotas ao mal-treinado e muito mal-armado exército russo. Apesar disso, entretanto, não teve fôlego para conquistar a Rússia. Em 1915, a Itália, que até então se mantivera neutra, traiu a aliança que fizera com a Alemanha e entrou na guerra ao lado da Tríplice Entente. Ao mesmo tempo que foi se alastrando, o conflito tornou-se cada vez mais trágico. Novas armas, como o canhão de tiro rápido, o gás venenoso, o lança-chamas, o avião e o submarino, faziam um número crescente de vítimas.


Terceira fase: (1917-1918). Em 1917, primeiro ano dessa nova fase, ocorreram dois fatos decisivos para o desfecho da guerra: a entrada dos Estados Unidos no conflito e a saída da Rússia. Os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da França. Esse apoio tem uma explicação simples: os americanos tinham feitos grandes investimentos nesses países e queriam assegurar o seu retorno. Outras nações também se envolveram na guerra. Turquia e Bulgária juntaram-se à Tríplice Aliança, enquanto Japão, Portugal, Romênia, Grécia, Brasil, Canadá e Argentina colocaram-se ao lado da Entente. A saída da Rússia da guerra está relacionada à revolução socialista ocorrida em seu território no final de 1917.



O novo governo alegou que a guerra era imperialista e que o seu país tinha muitos problemas internos para resolver. A Alemanha, então, jogou sua última cartada, avançando sobre a França antes da chegado dos norte-americanos à Europa. Entretanto, os alemães foram novamente detidos na Segunda Batalha do Marne e forçados a recuar. A partir desse recuo, os países da Entente foram impondo sucessivas derrotas aos seus inimigos. A Alemanha ainda resistia quando foi sacudida por uma rebelião interna, que forçou o imperador Guilherme II a abdicar em 9 de novembro de 1918. Assumindo o poder imediatamente, o novo governo alemão substituiu a Monarquia pela República. Dois dias depois rendeu-se, assinando um documento que declarava a guerra terminada

Consequências da Primeira Guerra Mundial


Os acordos que deveriam dar fim aos conflitos da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) serviram para que um clima de rivalidades se agravasse ao longo do período do Entre-guerras. A imposição de multas e sanções extremamente pesadas não conseguiu fazer com que o equilíbrio político real fosse alcançado entre as potências econômicas mundiais. Grosso modo, podemos afirmar que a Primeira Guerra pavimentou as possibilidades para a ocorrência de um novo conflito internacional.

Mesmo posando ao lado dos vencedores, a Itália saiu frustrada do conflito ao não receber os ganhos materiais que esperava. Na Alemanha, onde as mais pesadas sanções do Tratado de Versalhes foram instituídas, a economia viveu em franca decadência e os índices inflacionários alcançaram valores exorbitantes. Esse contexto de declínio e degradação acabou criando chances para que Itália e Alemanha fossem dominadas por regimes marcados pelo nacionalismo extremo e a franca expansão militar.

A Sociedade das Nações, órgão internacional incumbido de manter a paz, não conseguiu cumprir seu papel. O Japão impôs um projeto expansionista que culminou com a ocupação da Manchúria. Os alemães passaram a descumprir paulatinamente as exigências impostas pelos Tratados de Versalhes e realizaram a ocupação da região da Renânia. Enquanto isso, os italianos aproveitaram da nova situação para realizar a invasão à Etiópia.

O equilíbrio almejado pelos países também foi impedido pela crise econômica que devastou o sistema capitalista no ano de 1929. Sem condições de impor seus interesses contra os alemães e italianos, as grandes nações européias passaram a ceder espaço aos interesses dos governos totalitários. Aproveitando dessa situação, os regimes de Hitler e Mussolini incentivaram a expansão de uma indústria bélica que utilizou a Guerra Civil Espanhola como “palco de ensaios” para um novo conflito mundial.

Fortalecidas nessa nova conjuntura política, Itália, Alemanha e Japão começaram a engendrar os primeiros passos de uma guerra ainda mais sangrenta e devastadora. A tão sonhada paz escoava pelo ralo das contradições de uma guerra sustentada pelas contradições impostas pelo capitalismo concorrencial. Por fim, o ano de 1939 seria o estopim de antigas disputas que não conseguiram ser superadas com o trágico saldo da Primeira Guerra.

Alianças para a Primeira Guerra Mundial

Os anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial não foram marcados por nenhum conflito entre as nações européias. No entanto, entre o final do século XIX e o início do século XX, as principais nações envolvidas nas disputas imperialistas realizaram uma grande corrida armamentista. A tecnologia bélica sofreu grandes avanços nessa época, e grande parte desses armamentos eram testados nas possessões coloniais espalhadas pelos continentes asiático e africano.

As potências imperialistas de maior porte, como Inglaterra e França, utilizavam das armas para conter as revoltas em suas zonas de dominação imperialista. Por outro lado, Itália e Alemanha – que possuíam domínios de menor riqueza – também participaram dessa corrida bélica com o objetivo de buscar novos domínios que atendessem suas ambições econômicas. A ampliação do arsenal das grandes potências não causou diretamente a guerra, mas configurou o cenário para a luta.

Antes de 1914, as nações européias realizaram um grande número de alianças que polarizaram as disputas econômicas entre as nações. No ano de 1882, a Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália formaram a chamada Tríplice Aliança. Nesse acordo ficava estabelecido que caso um dos países declarasse guerra, os demais envolvidos se comprometiam a permanecerem neutros. Além desse ponto, outras questões militares ficaram pré-estabelecidas.

Caso os franceses atacassem a Itália, austríacos e alemães deveriam apoiar a Itália em um provável confronto. Se a Alemanha fosse vítima de uma invasão militar francesa, somente a Itália seria obrigada a apoiar militarmente os alemães. Por fim, se qualquer um dos envolvidos desse tratado fosse afrontado por duas nações européias, os outros envolvidos deveriam apoiar o aliado com exércitos e armas.

Esses acordos que previam uma série de conflitos hipotéticos, de fato, podem ser vistos como conseqüência das disputas que ocorriam no período. Na África, os alemães procuravam controlar mercados anteriormente dominados pelos ingleses. A pressão econômica e colonial exercida pela Alemanha obrigou a Inglaterra a interromper seu longo isolamento em relação à França, até então sua maior concorrente comercial.

No ano de 1904, a Entente Cordial firmou um primeiro acordo entre Inglaterra e França. Segundo esse primeiro tratado, a Inglaterra teria total liberdade de exploração econômica na região do Egito, enquanto os franceses teriam seus interesses garantidos no Marrocos. A Alemanha não reconheceu esses acordos estabelecendo resistência à dominação francesa no Marrocos. Entre 1905 e 1911, aconteceram pequenos conflitos nas regiões de Agadir e Tanger.
No continente asiático, França e Inglaterra disputavam o controle de posições em territórios da atual Tailândia. Ao mesmo tempo, os ingleses tinham problemas com os interesses dos russos na exploração econômica de regiões do Oriente Médio, do Tibet e da Ásia Central. Em 1907, a intermediação diplomática francesa conseguiu equilibrar as disputas entre russos e britânicos.

O acordo entre essas três nações possibilitou a assinatura da Tríplice Entente. Essa aliança estabeleceu um processo de polarização política, militar e econômica entre as grandes potências européias. Nesse contexto se institui a chamada “paz armada”, um equilíbrio diplomático que poderia se esfacelar ao menor conflito que pudesse justificar a luta direta entre as duas alianças formadas. Foi quando, em 1914, um incidente terrorista nos bálcãs despertou as rivalidades historicamente fomentadas